Resenha da editora: Na música "Amoras", Emicida canta: "Que a doçura das frutinhas sabor acalanto/ Fez a criança sozinha alcançar a conclusão/ Papai que bom, porque eu sou pretinha também". E é a partir desse rap que um dos artistas brasileiros mais influentes da atualidade cria seu primeiro livro infantil e mostra, através de seu texto e das ilustrações de Aldo Fabrini, a importância de nos reconhecermos no mundo e nos orgulharmos de quem somos – desde criança e para sempre.
"Um livro que rega as crianças com o olhar cristalino de quem sonha plantar primaveras para colher o fruto doce da humanidade." – Sérgio Vaz
Resenha da editora: Todas as semanas, mãe e filha aguardam ansiosamente o sábado, o dia em que aproveitam juntas. Neste sábado em particular, haverá um espetáculo de marionetes. Única e imperdível apresentação. E, antes de chegar ao teatro, um roteiro completo já está pronto, e inclui contação de história na biblioteca, ida ao salão de beleza e piquenique no parque. Mas toda programação dá errado. E o que parecia ser um sábado perdido, revela que a coisa mais importante de todas é estar sempre juntos.
Relevância da obra
Sábado conta uma história afetuosa e universal sobre a vantagem de encarar frustrações quando se tem companhia. E também é surpreendente, na medida em que uma mulher adulta acaba socorrida afetivamente pela própria filha (em geral e vulgarmente, o que se espera é que a criança, ainda aprendendo a lidar com emoções e frustrações, seja o ente acolhido, mas, de uma perspectiva não idiotizante da infância, o contrário é mais frequente do que se imagina. Ou seja, as crianças, à sua maneira, são muito capazes de dar colo aos mais velhos).
Resenha da editora: O Chade é um país que fica lá longe, no centro do continente africano. Seu povo vive uma realidade diferente e, ao mesmo tempo, próxima do nosso coração brasileiro. Há terras secas e alguns momentos de fertilidade, no solo árido — uma bênção da água que cai do céu. A leitura aproxima os povos. Por meio do dia a dia do menino Tomás, os leitores poderão imaginar o que é esperar pela chuva, fazer um carrinho de lata e apreciar os frutos da terra generosa, que nos oferece a alegria de saborear e cheirar uma manga dourada.
Resenha da editora: Neste belo livro de imagens, você vai conhecer Benedito, uma criança que se descobre na batida do tambor do Congado, uma manifestação de fé, canto e dança celebrada por seus familiares e amigos. O tambor do Benedito não é apenas um brinquedo, é um instrumento que guarda e revive as memórias ancestrais do negro brasileiro! Você sabe o que significa ancestral? É tudo que se refere ao passado… E é com a criação do Benedito que o escritor e ilustrador Josias Marinho nos apresenta essa manifestação que faz parte da cultura brasileira. Vamos brincar de descobrir esses sons e ritmos com Benedito?
Resenha da editora: Quantas coisas acontecem enquanto o almoço não fica pronto? O pai varre o chão, as crianças tomam banho de banheira, a avó faz tranças. O bebê, pirraça. Qual o tempo do enquanto o almoço não fica pronto? O bastante para que o pai arrume as camas, as crianças leiam histórias, a avó converse ao telefone, o bebê engatinhe. Ao longe, passa um trem. A música se confunde com risadas, choro de neném, latidos, vozerio. A casa vira um fuzuê. O cheiro de comida preenche o ar.
Enquanto o almoço não fica pronto... descreve uma manhã qualquer, que poderia ser na casa de qualquer um de nós, uma casa brasileira, com feijão na panela, samambaia na parede, vira-latas fazendo festa. A casa de uma família negra. Com poesia e argúcia, Sonia Rosa e Bruna Assis Brasil tecem um elogio ao corriqueiro. E transformam uma manhã onde parece que quase nada acontece em uma manhã que é, na verdade, uma aventura pelo universo da ternura e da exuberância que pulsa no espaço doméstico. Aventura tecida no espaço da literatura negro-afetiva, que tem marcado a longa da trajetória de Sonia Rosa pela literatura infantil.
Com isso, autora e ilustradora valorizam os traços e cores da cultura popular brasileira, enraizada nos lares que, país afora, viram uma festa enquanto o almoço não fica pronto. Com seus versos delicados e suas ilustrações vibrantes que, não à toa, brincam com a ideia de colagens, este lançamento da Zit Editora convida as crianças a olharem com mais atenção para o prazer de uma manhã qualquer, em que se instaura a trama de afetos do dia a dia.
Resenha da editora: Este é um livro ilustrado que conta a história do Tuca e do Lipe. O Tuca é um menino que adora brincar, comer pizza, passear... e o Lipe também! Afinal, eles são irmãos muito parecidos. Às vezes até brigam, mas quando a saudade bate, eles têm seus jeitinhos de demonstrar o que sentem um pelo outro. Em uma narrativa divertida e delicada, Patricia Auerbach e Isabela Santos cativam os leitores aos mostrar como o poder dos gestos pode ser tão forte quanto o das palavras na hora de demonstrarmos afeto.
Resenha da editora: Tayó é uma menina negra que tem orgulho do cabelo crespo com penteado black power, enfeitando-o das mais diversas formas. A autora apresenta uma personagem cheia de autoestima, capaz de enfrentar as agressões dos colegas de classe, que dizem que seu cabelo é “ruim”. Mas como pode ser ruim um cabelo “fofo, lindo e cheiroso”? “Vocês estão com dor de cotovelo porque não podem carregar o mundo nos cabelos”, responde a garota para os colegas. Com essa narrativa, a autora transforma o enorme cabelo crespo de Tayó numa metáfora para a riqueza cultural de um povo e para a riqueza da imaginação de uma menina sadia.
Resenha da editora: A ginga do muleke é fazer o carcará o levar de volta ao reino de Zambi. Foi num cochilo que as garras do pássaro o retiraram de lá. Daí, a busca por algo perdido - o muleke, o seu reino; o carcará, o seu calango. E o marimbondo? Ah! Este registra a história para não a perder também.
Venha aterrizar em meio aos cristais das terras kalungas, brincar com o eco das cavernas dos quilombos de Eldorado ou escorregar no baobá gigante de Quissange. O Marimbondo do Quilombo é como um cafuné a mediar repertórios afro-brasileiros.
Resenha da editora: A história por trás de uma tradicional cantiga infantil do povo que vive às margens do Rio Cassai, na República Democrática do Congo. A canção cita palavras de origem bantu introduzidas no Brasil na época da escravidão. Na época da cheia, quando as águas do Rio Cassai sobem, quem está nas áreas baixas precisa migrar para os lugares mais altos. É hora de cantar a música que vai dar coragem às crianças que terão que atravessar o rio. O Kala, o homem mais velho da aldeia, chama os mais novos assim: “Olelê, olelê!”. Os meninos e as meninas entendem que é para a criançada se reunir, entrar nos barcos e começar a perigosa travessia.
Resenha da editora: O livro é um poema ilustrado que aborda de forma delicada e elogiosa a diversidade e a beleza dos cabelos crespos e cacheados. Com figuras de linguagem e versos de sonoridade agradável tanto para a leitura autônoma quanto para a audição, o poema associa os cabelos a sensações e imagens positivas. As ilustrações, em aquarela, reforçam o caráter lúdico e afetivo da criação dos penteados. O livro valoriza a descoberta da própria beleza, o cuidado de si e a vida em família.
Resenha da editora: Omo-Oba. Histórias de Princesas é um livro que privilegia o recontar de mitos africanos, muito divulgados nas comunidades de tradição ketu, pouco conhecidos pelo público em geral e que reforçam os diferentes modos de ser femininos. Os seis mitos apresentados têm o objetivo de fortalecer a personalidade de meninas de todos os tempos.
Resenha da editora: Esta é a história de como as não muito queridas meias curtas de uma pequena bailarina salvaram a vida dela. Mas para além dessa história, este é um livro sobre uma garotinha que não tem problemas com o espelho, que gosta de vestir-se para si mesma e de brincar com seu cabelo crespo experimentando penteados. Com bom humor e com muita estampa, este é um convite para a autoestima.
Resenha da editora: Quando o sol acorda no céu das savanas, uma luz fina se espalha sobre a vegetação escura e rasteira. O dia aquece, enquanto os homens lavram a terra e as mulheres cuidam dos afazeres domésticos e das crianças. Ao anoitecer, tudo volta a se encher de vazio, e o silêncio negro se transforma num ótimo companheiro para compartilhar boas histórias.
Resenha da editora: O narrador deste livro narra cada coisa, pessoa e animal que vê da sua janela em uma favela do Rio de Janeiro. Dela ele vê cores, traços, gestos, objetos e bichos cujas vidas podem ser parecidas ou diferentes da sua, mas com certeza têm algo a ensinar. Com uma narrativa sensível e ilustrações cheias de vida e movimento, Da minha janela é um convite a todos os leitores para olharem para as vidas que nos cercam mas, muitas vezes, passam despercebidas.
Resenha da editora: É no mistério da noite que a história de Iori ganha vida.
Sem conseguir dormir, a menina dá asas à imaginação. Dentro do quarto ela enxerga sombras nas paredes e escuta barulhos esquisitos do lado de fora da janela. Cri Cri Cri... que barulho é esse? Tuc Tuc Tuc... o que será esse som? Uouch... Piuuu...
Superar o medo do escuro é um desafio para as crianças pequenas. Acompanhando a história de Iori, elas vão descobrir que muitos sons desconhecidos podem vir de personagens simpáticos e amigos.
Resenha da editora: Esta breve e lírica narrativa sobre o desejo de crescer e ser grande em todos os sentidos foi escrita em isiXhosa e publicada primeiramente em versão bilíngue na África do Sul, berço da história e de seu autor. IsiXhosa é uma das inúmeras línguas africanas ameaçadas de extinção, e Mhlobo, professor universitário e estudioso de línguas africanas, é um dos seus mais ferrenhos guardiões.
Resenha da editora: O meu avô é um homem muito sábio. Ele tem sensibilidade para compreender as pessoas e as forças da natureza. Além disso, a alegria de viver é o que rege a sua vida e ele compartilha isso com todos. O meu avô é um tata. O que é o seu avô?
Alguns tem avô rabino, outros pastores, budistas, espíritas... este avô é um líder de religiões afro-brasileiras. Vamos visitar a sua casa e o seu universo?
Resenha da editora: Quando fica sabendo que vai se mudar, Jamela começa a agir de maneira estranha. O caminhão chega e logo está tudo pronto para partir, mas... cadê Jamela? Mama, Gogo, dona Zibi, Mão de Graxa e a galinha Natal são alguns personagens desta história bem-humorada, em que Jamela descobre que casa é onde está o coração.
Resenha da editora: A lição do penteado, Betina aprendeu da amorosa avó e a avó aprendeu com a mãe dela que aprendeu com outra mãe que tinha aprendido com uma tia. Só que Betina foi além e espalhou a lição para filhas e filhos, mães e avós que não eram os dela. Ela abriu um salão de beleza diferente e ficou conhecida em vários lugares do país. Mas Nilma Lino Gomes tem muitos detalhes deliciosos dessa linda história.
Resenha da editora: Tão logo nasce, o pequeno Kiriku decide livrar sua aldeia do domínio maléfico de Karaba, a feiticeira que secou a fonte d’água da aldeia e sumiu com aqueles que a enfrentaram. Começa assim uma série de aventuras emocionantes que irão levar esse incrível herói africano, o esperto e valente Kiriku, ao coração da montanha proibida… Cantam as crianças da aldeia: Kiriku é pequeno, mas ele pode muito! Kiriku não é grande, mas ele é valente!
Romance, Realismo Fantástico
Resenha da editora: Nas profundezas do sertão baiano, as irmãs Bibiana e Belonísia encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó. Ocorre então um acidente. E para sempre suas vidas estarão ligadas — a ponto de uma precisar ser a voz da outra. Numa trama conduzida com maestria e com uma prosa melodiosa, o romance conta uma história de vida e morte, de combate e redenção.
Contos
Resenha da editora: Em Olhos d’água Conceição Evaristo ajusta o foco de seu interesse na população afro-brasileira abordando, sem meias palavras, a pobreza e a violência urbana que a acometem.
Sem sentimentalismos, mas sempre incorporando a tessitura poética à ficção, seus contos apresentam uma significativa galeria de mulheres: Ana Davenga, a mendiga Duzu-Querença, Natalina, Luamanda, Cida, a menina Zaíta. Ou serão todas a mesma mulher, captada e recriada no caleidoscópio da literatura em variados instantâneos da vida? Elas diferem em idade e em conjunturas de experiências, mas compartilham da mesma vida de ferro, equilibrando-se na “frágil vara” que, lemos no conto “O Cooper de Cida”, e a “Corda bamba do tempo”.
Em Olhos d’água estão presentes mães, muitas mães. E também filhas, avós, amantes, homens e mulheres – todos evocados em seus vínculos e dilemas sociais, sexuais, existenciais, numa pluralidade e vulnerabilidade que constituem a humana condição. Sem quaisquer idealizações, são aqui recriadas com firmeza e talento as duras condições enfrentadas pela comunidade afro-brasileira.
Romance, Ficção Urbana
Resenha da editora: O avesso da pele é a história de Pedro, que, após a morte do pai, assassinado numa desastrosa abordagem policial, sai em busca de resgatar o passado da família e refazer os caminhos paternos. Com uma narrativa sensível e por vezes brutal, Jeferson Tenório traz à superfície um país marcado pelo racismo e por um sistema educacional falido, e um denso relato sobre as relações entre pais e filhos.
O que está em jogo é a vida de um homem abalado pelas inevitáveis fraturas existenciais da sua condição de negro em um país racista, um processo de dor, de acerto de contas, mas também de redenção, superação e liberdade. Com habilidade incomum para conceber e estruturar personagens e de lidar com as complexidades e pequenas tragédias das relações familiares, Jeferson Tenório se consolida como uma das vozes mais potentes e estilisticamente corajosas da literatura brasileira contemporânea.
"Não é de graça que Tenório, além de autor premiado, é tão bem acolhido pelo público e pela crítica. Ele não faz turismo, safári social, na desgraça geral do país, não faz da crítica à desigualdade um truque, um atalho apelativo e barato, panfletário, para ter mais aceitação, reconhecimento. Estamos diante de um escritor que, correndo todos os riscos, sabe arquitetar uma boa trama e encantar o leitor. Por muitas vezes durante a leitura eu disse para mim mesmo: como ele consegue construir personagens tão reais e fáceis de serem amados? Eu agradeço, a literatura brasileira agradece." – Paulo Scott
"Através de um profundo mergulho em seus personagens, O avesso da pele consegue abordar as questões centrais da sociedade brasileira. E o mais potente nisso tudo é que, aqui, o real e as reflexões partem sempre de dentro pra fora." – Geovani Martins
Cordel
Resenha da editora: Talvez você já tenha ouvido falar de Dandara e Carolina Maria de Jesus. Mas e Eva Maria do Bonsucesso? Luisa Mahin? Na Agontimé? Tia Ciata? Essas (e tantas outras) mulheres negras foram verdadeiras heroínas brasileiras, mas pouco se fala delas, seja na escola ou nos meios de comunicação. Diante desse apagamento, há anos a escritora Jarid Arraes tem se dedicado a recuperar – e recontar – suas histórias.
O resultado é uma coleção de cordéis que resgata a memória dessas personagens, que lutaram pela sua liberdade e seus direitos, reivindicaram seu espaço na política e nas artes, levantaram sua voz contra a injustiça e a opressão. A multiplicidade de histórias revela as mais diversas estratégias de sobrevivência e resistência, seja na linha de frente – como Tereza de Benguela, que liderou o quilombo de Quariterê – ou pelas brechas – como a quituteira Luisa Mahin, que transmitia bilhetes secretos durante a Revolta dos Malês.
Este livro reúne quinze dessas histórias impressionantes, ilustradas por Gabriela Pires. Agora, cabe a você conhecê-las, espalhá-las, celebrá-las. Para que as próximas gerações possam crescer com seu próprio panteão de heroínas negras brasileiras.
Ficção histórica
Resenha da editora: Brasil, 1667. O jovem Francisco, capturado quando criança e entregue à Igreja, vive como coroinha em Porto Calvo, sonhando com a liberdade. Ágil e silencioso, explora o vilarejo à noite, pregando peças, vingando os negros mortos no tronco e aterrorizando feitores e senhores de engenho como um fantasma – ou um nzumbi, em quimbundo, a língua típica de Angola.
Quando surge uma oportunidade de fuga, Francisco a aproveita, dando início a sua jornada para se tornar aquele que a história não esqueceria: Zumbi dos Palmares, filho de Angola Janga.
Palmares de Zumbi traz uma releitura da saga de um dos maiores heróis negros do Brasil, lançando uma nova luz sobre esse grande homem – guerreiro, capoeirista, rei –, mas também sobre um Palmares que não seria o que foi sem Zumbi. Uma homenagem ao herói, narrada em prosa com paixão e reverência à cultura da capoeira e ao líder quilombola.
Romance
Resenha da editora: Em um romance que mistura autobiografia e ficção, Chimamanda Ngozi Adichie - uma das mais aclamadas escritoras africanas da atualidade - traça, de forma sensível e surpreendente, um panorama social, político e religioso da Nigéria atual.
Apresentação
Protagonista e narradora de Hibisco roxo, a adolescente Kambili mostra como a religiosidade extremamente "branca" e católica de seu pai, Eugene, famoso industrial nigeriano, inferniza e destrói lentamente a vida de toda a família. O pavor de Eugene às tradições primitivas do povo nigeriano é tamanho que ele chega a rejeitar o pai, contador de histórias encantador, e a irmã, professora universitária esclarecida, temendo o inferno. Mas, apesar de sua clara violência e opressão, Eugene é benfeitor dos pobres e, estranhamente, apoia o jornal mais progressista do país.
Durante uma temporada na casa de sua tia, Kambili acaba se apaixonando por um padre que é obrigado a deixar a Nigéria, por falta de segurança e de perspectiva de futuro. Enquanto narra as aventuras e desventuras de Kambili e de sua família, o romance também apresenta um retrato contundente e original da Nigéria atual, mostrando os remanescentes invasivos da colonização tanto no próprio país, como, certamente, também no resto do continente.
"Uma história sensível e delicada sobre uma jovem exposta à intolerância religiosa e ao lado obscuro da sociedade nigeriana." - J.M. Coetzee
Romance
Resenha da editora: Nesta emocionante história ambientada no Sul dos Estados Unidos da década de 1930, região envenenada pela violência do preconceito racial, vemos um mundo de grande beleza e ferozes desigualdades através dos olhos de uma menina de inteligência viva e questionadora, enquanto seu pai, um advogado local, arrisca tudo para defender um homem negro injustamente acusado de cometer um terrível crime.
Uma história sobre raça e classe, inocência e justiça, hipocrisia e heroísmo, tradição e transformação, O sol é para todos permanece tão importante hoje quanto foi em sua primeira edição, em 1960, durante os anos turbulentos da luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.
Considerado um dos romances norte-americanos mais importantes do século XX, O sol é para todos surpreende pela atualidade de seu enredo e estilo. A lamentável permanência do tema, o racismo, percorre a narrativa de Scout, criança sensível, filha do advogado Atticus Finch, responsável pela defesa de um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca em Maycomb, pequeno município de Alabama, no sul dos Estados Unidos, no início dos anos 1930.Os sentimentos que cercam a família e a cidade de Scout – desde que Atticus se dispôs a cuidar do famigerado caso – são nossos velhos conhecidos: preconceito racial e social, conformismo diante das injustiças e a mais pura malícia destilada em relações banais e familiares. Apesar da crua humanidade desses personagens, Scout enxerga a realidade com o frescor dos olhos infantis, e conta sua história, deixando um improvável rastro de esperança.
Scout narra a rotina de um ambiente rural e pacato, as férias de verão com o irmão, Jem, e o melhor amigo deles, Dill, a curiosidade com os vizinhos, as travessuras inventadas, as aventuras na escola e a vida em família.
O conjunto de pequenos casos nos transporta a um lugar de aparente quietude. No entanto, esse suposto relaxamento se transforma e desespero quando vemos a reação da população de Maycomb diante de denúncia contra Tom Robinson.
O sol é para todos ganhou o Prêmio Pulitzer em 1961 e deu origem a um filme homônimo, vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado, em 1962. Lançado pela primeira vez em 1960, até hoje vende mais de um milhão de cópias por ano em língua inglesa. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.
Graphic Novel
Resenha da editora: Angola Janga, “pequena Angola” ou, como dizem os livros de história, Palmares. Por mais de cem anos, foi como um reino africano dentro da América do Sul. E, apesar do nome, não tão pequeno: Macaco, a capital de Angola Janga, tinha população equivalente às das maiores cidades brasileiras da época.
Formada no fim do século XVI, em Pernambuco, a partir dos mocambos criados por fugitivos da escravidão, Angola Janga cresceu, organizou-se e resistiu aos ataques dos militares holandeses e das forças coloniais portuguesas. Tornou-se o grande alvo do ódio dos colonizadores e um símbolo de liberdade para os escravizados. Seu maior líder, Zumbi, virou lenda e inspirou a criação do Dia da Consciência Negra.
Durante onze anos, Marcelo D’Salete, autor de Encruzilhada e do sucesso internacional Cumbe, pesquisou e preparou-se para contar a história dessa rebelião que tornou-se nação, referência maior da luta contra a opressão e o racismo no Brasil. O resultado é Angola Janga – Uma história de Palmares, um épico com batalhas sangrentas, mas que demonstra a delicada flexibilidade da resistência às derrotas.
Um grandioso romance histórico em quadrinhos que fala de Zumbi e de vários outros personagens complexos, como Ganga Zumba, Domingos Jorge Velho, Ganga Zona e diversos homens e mulheres que compõe o retrato de um momento definidor do Brasil.