Resenha da editora: Nada melhor do que conhecer uma aldeia Ikpeng tendo por guias as próprias crianças indígenas. Neste livro, Yampï, Yuwipó, Kamatxi e Eruwó nos convidam a visitar a casa do cacique, tomar banho de rio e comer frutas no pé. Entendemos as tarefas dos homens e das mulheres – e como os meninos e as meninas também colaboram com os afazeres do dia a dia, sem deixar, é claro, de se divertir com os brinquedos que eles mesmos constroem. A coleção Um Dia na Aldeia traz um olhar autêntico e contemporâneo sobre diferentes povos indígenas ao possibilitar que eles mesmos contem suas histórias. Cada livro, em edição bilíngue, vem acompanhado do filme que o inspirou, feito por cineastas indígenas ou com a colaboração dos índios. Você pode assistir aos filmes antes ou depois da leitura, mas o convite é sempre o mesmo: desfrutar de um dia na aldeia de um povo indígena no Brasil.
Resenha da editora: Guri, pipoca, saci, guaraná, abacaxi. Podemos não perceber, mas é comum falarmos tupi. As palavras de origem indígena fazem parte do nosso cotidiano e com O tupi que você fala as crianças descobrirão que vários alimentos, animais e plantas têm nomes dados pelos índios.
Resenha da editora: Uma jovem indígena que vive na cidade, ao viajar para Cucurunã, aceita o desafio de se reconectar às suas origens para derrotar uma ameaça simbolizada pelo Monstro de Lata. Para tanto, ela precisa evocar a Buya-Wasú e libertar os seres encantados do casco da tartaruga. A autora e também ilustradora utilizou técnicas mistas de colagem e ilustração, o que torna o livro rico em narrativa visual e fortalece a continuidade da cultura indígena contemporânea em múltiplas plataformas da arte. Moara Brasil e seu irmão criaram um canto original na língua nheegantu.
O livro tem revisão de nheengatu do professor George Borari, do Tapajós/Pará.
Resenha da editora: Em edição bilíngue – português e guarani –, Olívio Jekupé conta a história de Vera, um indiozinho que queria estudar na escola dos não índios. As aquarelas de Rodrigo Abrahim captam a atmosfera alegre e corajosa dos indígenas, em sua luta para defender-se dos não índios.
Resenha da editora: Os avós são figuras muito importantes para os povos indígenas. Trazem os costumes, as memórias e os ensinamentos para a vida. Nesse livro, Eliane Potiguara nos conta sobre essa figura poderosa e mágica, a avó, que traz as histórias vivas dentro de si. Aline Abreu, com suas ilustrações, nos carrega para esse tempo de magia.
Resenha da editora: Contar uma história milenar de seu povo para conhecer mais sobre seus antepassados. Esse é um dos motivos que levou o escritor indígena e aluno do curso de licenciatura em Letras da UFSCar, Luciano Ariabo Quezo, a escrever o livro "Boloriê: A origem dos alimentos". A obra de literatura infanto-juvenil é uma publicação do Grupo de Pesquisa Linguagens, Etnicidades e Estilos em Transição (LEETRA) da UFSCar e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
"Boloriê: A origem dos alimentos" é uma narrativa oral, típica do povo indígena Balatiponé, do qual o autor faz parte. O povo, também conhecido como Umutina, está localizado próximo ao município de Barra do Bugres (MT). A história, que conta como se deu o processo de surgimento dos alimentos, começa na aldeia dos Boloriê, onde uma mulher se sentia solitária e desprezada pelo seu marido. Ela não podia dar à luz um bebê mas confiava na força do Criador, Haypuku, que poderia dar à guerreira o presente que ela tanto queria.
"A história também tem uma função pedagógica de nos fazer lembrar e aprender muitas coisas", afirma Quezo na obra. "A origem dos alimentos é uma das várias histórias milenares do nosso povo Balatiponé, que nos leva a saber sobre a origem dos nossos antepassados, os Boloriê", explica.
Desde pequeno, Quezo rabisca traços no papel e na pele e, agora, resolveu, por meio do livro, desenhar e contar uma narrativa do povo Balatiponé. "Quando eu era abiolô [criança] eu dormia com a minha imako mixotó [avó]. Pouco antes de eu dormir, de fato, ela tinha o costume de contar histórias ou cantar para mim, sem a utilização de livros, músicas gravadas em CDs ou em pendrive, mas histórias e músicas que estavam registradas em sua memória. Esse momento, antes de dormir, é uma das ocasiões em que nós, enquanto crianças, absorvemos bastantes informações, a ponto de sonharmos com o que ouvimos", conta o autor no livro, cuja narrativa comporta termos em língua Umutina. Ao final, a publicação ainda traz um glossário com esse vocabulário Umutina.
Resenha da editora: Txopai é o primeiro índio Pataxó a surgir na Terra. Nasceu de uma gota de chuva e, com a sabedoria de quem nasceu primeiro, vai ensinar seus irmãos que surgiram bem depois, de outra chuva, a caçar, pescar, plantar, enfim, a sobreviver do trabalho, respeitando os recursos naturais. Trata-se de um mito de origem, escrito e ilustrado pelo índio Kanátyo para seus alunos na escola da aldeia dos pataxós, em Carmésia (MG).
Resenha da editora: Os índios kisêdjê conhecem bem os perigos da mata. O monstro Khátpy é um deles. Índio e monstro, porém, têm algo em comum: ambos são hábeis caçadores e exemplares chefes de família. Enquanto o primeiro caça macacos, o segundo caça índios. Enquanto Khátpy usa da força bruta, o índio vence pela esperteza. É o que contam os anciãos da aldeia, ao relembrar a história de como um caçador astuto conseguiu escapar das garras do monstro e voltar são e salvo para casa.
A coleção Um Dia na Aldeia traz um olhar autêntico e contemporâneo sobre diferentes povos indígenas ao possibilitar que eles mesmos contem suas histórias. Cada livro, em edição bilíngue, vem acompanhado do filme que o inspirou, feito por cineastas indígenas ou com a colaboração dos índios. Você pode assistir aos filmes antes ou depois da leitura, mas o convite é sempre o mesmo: desfrutar um dia na aldeia de um povo indígena no Brasil.
Resenha da editora: Um curumim se prepara para uma grande aventura. Ele tem uma canoa e com ela segue rumo ao reino da cobra grande. Mas espere aí! Um curumim tão pequeno segue sozinho para um reino distante? Ah! Descubra como isso acontece lendo essa deliciosa história sobre um indiozinho e sua canoa. Você vai se surpreender!
Resenha da editora: Faz parte da tradição indígena ouvir os avós com muita atenção. Eles são considerados sábios porque guardam as histórias dos ancestrais e as contam aos mais jovens, para que possam aprender sobre suas origens e sobre seu próprio papel no mundo. Nesta história do premiado escritor indígena Daniel Munduruku, o leitor conhece o menino Kaxiborempô. Ele o leva por um passeio pela floresta e pela cultura de seu povo. As ilustrações de Graça Lima mostram as cores, formas e texturas da natureza, da cultura munduruku e dos seres encantados da floresta.
Resenha da editora: Tomar banho de rio, subir no pé de goiabeira, brincar com os animais, pescar o almoço, olhar as estrelas. Em "A pescaria do Curumim e outros poemas indígenas", a cultura dos índios da Amazônia é apresentada às crianças sob a forma de singelos poemas. Ninguém melhor do que Tiago Hakiy para fazer isso com aprumo: descendente do povo sateré mawé, o autor nasceu em Barreirinha (AM), no coração da Floresta Amazônica. O livro ganha ainda um charme extra com as representativas ilustrações de Taísa Borges. Coloridos, tradicionais e de traços fortes, os desenhos contribuem para a inserção do público infanto-juvenil no universo dos índios amazônicos.
Romance
Resenha da editora: O livro Canumã: a travessia, o primeiro romance escrito por um indígena Munduruku, livro de estreia de Ytanajé Coelho Cardoso, apresenta uma linguagem envolvente, com uma narrativa bem estruturada, que tem como núcleo o momento delicado em que vive o seu povo. A narrativa enfatiza o papel dos anciãos, a ameaça do desaparecimento da Língua Munduruku, com a morte dos velhos, e a vida na comunidade. Ytanajé traz para o leitor, numa linguagem simples, tanto divertida quanto trágica, o conhecimento da cultura, o dia a dia, as relações de amor, de amizade e da infância. Os mundurukus habitam no rio Canumã, na região de Borba-AM.
Mito de origem
Resenha da editora: Uma estrela desce do céu e se apaixona por uma bela índia, com quem logo se casa.
Com a ajuda da sua Mãe Lua, a estrela terá de enfrentar espíritos do mal que tentarão atacar seu filho e sua esposa. Assim começa a história do primeiro pajé da tribo kaingáng, o líder que protegerá seu povo de todas as ameaças e os guiará para uma vida de paz, sabedoria e harmonia com a natureza.
Romance, Realismo Fantástico
Resenha da editora: Em 1817, Spix e Martius desembarcaram no Brasil com a missão de registrar suas impressões sobre o país. Três anos e 10 mil quilômetros depois, os exploradores voltaram a Munique trazendo consigo não apenas um extenso relato da viagem, mas também um menino e uma menina indígenas, que morreriam pouco tempo depois de chegar em solo europeu.
Em seu quinto romance, Micheliny Verunschk constrói uma poderosa narrativa que deixa de lado a historiografia hegemônica para dar protagonismo às crianças – batizadas aqui de Iñe-e e Juri – arrancadas de sua terra natal. Entrelaçando a trama do século XIX ao Brasil contemporâneo, somos apresentados também a Josefa, jovem que reconhece as lacunas de seu passado ao ver a imagem de Iñe-e em uma exposição.
Com uma prosa embebida de lirismo, este é um livro sem paralelos na literatura brasileira ao tratar de temas como memória, colonialismo e pertencimento.
"Um romance que expande as fronteiras da arte literária ao trazer memória, argumentos antropológicos e o melhor que a ficção pode nos oferecer." – Itamar Vieira Junior
Contos
Resenha da editora: Nesta belíssima antologia ilustrada, o leitor vai conhecer dez histórias contadas ou recontadas por escritores de diferentes nações indígenas.
Apresentação:
A menina Yacy-May era tão especial que fez com que o sol se apaixonasse por ela, deixando a lua enciumada. O peixe-boi surgiu a partir da união de Guaporé, filho do grande chefe dos peixes, com Panãby'piã, filha do governante dos Maraguá, e sinalizou a paz entre os humanos e os peixes. A velha misteriosa Pelenosamo tem um dia a casa invadida por uma garota curiosa, que resolve investigar o que ela fazia com os galhos secos que sempre levava recolhia e não dividia com ninguém. Essas são algumas prévias das histórias reunidas nesta antologia, contadas ou recontadas por escritores das nações indígenas Mebengôkre Kayapó, Saterê-Mawé, Maraguá, Pirá-Tapuya Waíkhana, Balatiponé Umutina, Desana, Guarani Mbyá, Krenak e Kurâ Bakairi.
Tratando dos mais diversos temas – dos mitos de origem às histórias de amor impossível –, as narrativas conduzem o leitor por situações e desenlaces muito próprios, sempre acompanhadas por um glossário e um texto informativo sobre o povo indígena de origem de cada autor. Esta é uma chance preciosa para todos aqueles que desejam entrar em contato com as raízes mais profundas de nossa cultura, ainda pouco valorizadas e respeitadas, por puro desconhecimento.
Crônicas
Resenha da editora: Para escrever essas crônicas, Daniel Munduruku caminhou por São Paulo com um olhar atento. Mais do que encontrar nomes indígenas, seu objetivo era procurar significados, interpretar os lugares e conseguir olhar para a cidade de um novo jeito. Escrito em primeira pessoa, o livro traz as impressões do autor de endereços como Tatuapé, Anhangabaú, Butantã, entre outros.
Cordel
Resenha da editora: Em seu primeiro livro, a cordelista Auritha Tabajara, se utiliza da força da palavra para ganhar o mundo. Em sua jornada a força da mulher nordestina, indígena, sonhadora e guerreira se encontram com a sutileza poética, característica da autora. Ilustrado com xilogravuras de Regina Drozina, esta preciosa obra chega ao público através do selo Uk’a Editorial, reforçando seu compromisso com a literatura indígena contemporânea.
Poemas
Resenha da editora: A cultura indígena se propaga e se mantém, há milênios, pela tradição oral. Narrativas, rituais sagrados, costumes e a própria língua são transmitidos a partir da conversa e da contação de histórias. Se o contato entre os povos originários e o "branco" colonizador trouxe muitos prejuízos a essas culturas, também promoveu um rico diálogo entre indivíduos. Graças à presença fundamental de autores indígenas, a literatura brasileira pode multiplicar ainda mais seu alcance.
Márcia Wayna Kambeba é uma dessas vozes, que se firma percorrendo o Brasil com sua poesia e sua música. Em Ay Kakyri Tama [eu moro na cidade, em Tupi-Kambeba] ela constrói uma ponte entre sua origem indígena e a vida em cidades do Pará, apresentando a história de seu povo e sua luta em poesias e imagens repletas de emoção e verdade.
Com uma população conhecida de 50 mil pessoas, entre aldeados e moradores da cidade, o leitor pode conhecer e se encantar pela etnia Omágua/Kambeba pelo olhar acolhedor e combativo de Márcia, uma de suas vozes mais expressivas.
Graphic Novel
Resenha da editora: Baseado em uma pesquisa antropológica de fôlego, Os donos da terra aborda episódios históricos e recentes da luta dos Tupinambá da Serra do Padeiro, no sul da Bahia, pela recuperação dos territórios ancestrais dos quais foram expulsos pelo avanço da colonização — que continua até hoje. Entre mobilizações e retomadas, operações da Polícia Federal e ações paramilitares, prisões de lideranças e a violência passada e presente dos poderes locais, esta HQ revela aspectos da memória, da visão de mundo e da cultura de um povo que, guiado pela sabedoria dos antepassados e dos encantados, e unido por fortes laços comunitários, resiste ao esbulho territorial e à batalha simbólica que nega sua origem indígena e seus direitos constitucionais. As sete narrativas deste livro abrem uma janela pela qual é possível começar a conhecer uma gente que não abaixa a cabeça e, todos os dias, constrói possibilidades de um mundo mais justo.
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Os donos da terra é um quadrinho de história de indígenas, mas não de uma história de séculos atrás. Os Tupinambá deste livro não apresentam rituais antropofágicos e outros costumes tidos como exóticos. Não, esta HQ narra histórias que se montaram sobre relações de poder existentes hoje no Brasil. Aqui, os indígenas não falam no passado, mas no presente; os Tupinambá destas histórias estão conosco, agora, no sul da Bahia, resistindo na utopia de um futuro. As narrativas que lemos aqui em palavras e imagens são, portanto, sobre os Tupinambá atuais. Elas começam resgatando um símbolo do século XX, a destruição ambiental. Embora se trate, tristemente, de uma versão contemporânea do período da conquista, essas imagens são histórias (re)contadas porque vividas na pele por seus narradores. Se o tema geral da HQ parece ser a mobilização política dos indígenas, não deixa de ser fundamental a costura das narrativas com outros elementos aparentemente antagônicos. Aqui se verá, mais uma vez, a força que tem a cultura religiosa dos Tupinambá na construção da sua luta, expressa nas descrições de ações heroicas e modalidades coletivas de engajamento social. Articulando uma gramática do embate político através de categorias religiosas e experiências extáticas, a dimensão da luta tupinambá aparece com toda a sua profundidade.
— Marcos Alexandre dos Santos Albuquerque, na orelha
Contos
Resenha da editora: A coletânea de contos da cultura guarani traz curiosidades como: a origem do Sol e da Lua; por que é tão difícil caçar o urubu-rei; por que os sapos fazem barulho à noite; como um menino colocou limites ao Sol, ao vento e ao frio; a moça que virou sereia; um coelho silvestre tímido e curioso; o indígena que conheceu a Terra sem Males. O livro inclui uma apresentação sobre os Guarani e sobre o cotidiano das crianças nas aldeias.
Contos
Resenha da editora: "Julie Dorrico fez o caminho de esvaziar-se para ser preenchida pela memória e pelo pertencimento. Essas duas coisas estão presentes nos escritos poéticos e imagéticos que as palavras escritas agora dão forma. Ela nos presenteia com um mergulho em suas memórias ancestrais e contemporâneas para nos ajudar a criar coragem de trilharmos o mesmo caminho, aceitarmos o que há de originário em cada um nós e fazermos o caminho de volta, da aceitação, do desprendimento, da ancestralidade." - DANIEL MUNDURUKU.
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A autora por ela mesma: "Nasci nas terras da cachoeira pequena, mais conhecida como Guajará-Mirim. Mas foi às margens do Rio Madeira que eu cresci ouvindo minha mãe contar as memórias da família, dessas gentes que viviam lá quando acaba o Rio Amazonas. Um dia atravessamos esse rio gigante e fomos conhecer nossos parentes em Boa Vista, em Bonfim (RR) e em Lethen (Guiana). Essa travessia, feita ainda na infância, foi, por meio da minha bisavó, o meu encontro com Makunaima e com as histórias macuxi. Escrevo esse livro, objeto usado por não indígenas para contar por muitos séculos nossas histórias, para ocupar esse lugar de autoria, tão caro aos sujeitos indígenas. Também sou doutoranda em Teoria da Literatura no Programa de Pós-Graduação em Letras da PUCRS."